O sargento da Rota, Marcus Augusto Costa Mendes, acusado de matar o policial civil Rafael Moura da Silva na favela do Fogaréu, zona sul de São Paulo, afirmou em depoimento que não possuía ordem de serviço para estar no local no momento do disparo, mas realizava patrulhamento padrão na região. Segundo ele, conhecia a área "de modo superficial".
Imagens das câmeras corporais mostraram o sargento correndo em alta velocidade pelas vielas da comunidade no dia 11 de julho. Nas mãos, ele carregava uma chave com a qual abriu um portão de ferro, antes de seguir correndo e atirar quatro vezes contra Rafael, sem verbalização prévia, conforme aponta trecho do inquérito policial.
Em seu depoimento, o sargento alegou que achou a chave no chão, próximo a um escadão na Rua Miguel Auza, e deduziu que ela poderia abrir o acesso ao beco por onde correu. Ainda segundo ele, acreditava estar perseguindo um suspeito.
A investigação aponta que a morte do investigador da Polícia Civil teria seguido o mesmo padrão de outra ocorrência registrada 35 dias antes, na mesma comunidade, quando o mesmo sargento matou um homem ainda não identificado, alegando que ele estava armado.
O documento também destaca que as imagens revelam “a falta de preparo, técnica e respeito aos protocolos de atuação policial” durante a ação. Em contrapartida, a PM declarou por meio de nota que o sargento cumpriu todos os procedimentos operacionais.
O sargento e um outro policial envolvido foram afastados do serviço por 90 dias por determinação judicial, como forma de evitar interferência nas investigações e proteção das testemunhas.