Na manhã desta quinta-feira (5), dezenas de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocuparam o espaço de atendimento ao público da Prefeitura de Itapecerica da Serra, exigindo a criação de um programa habitacional específico para suas famílias. O ato interrompeu temporariamente alguns serviços e ocorreu após uma tentativa frustrada de invasão a um terreno particular na área industrial da cidade, no último dia 24 de maio, que foi impedida pela polícia.

O prefeito Dr. Ramon Corsini foi firme ao reafirmar a política de “tolerância zero” da atual gestão para invasões e ocupações ilegais no município. Segundo ele, tais práticas além de serem ilícitas, comprometem a ordem pública e prejudicam a prestação de serviços essenciais à população. “Não aceitaremos invasões que tragam desorganização e coloquem em risco a estrutura de nossa cidade”, destacou o prefeito durante reunião com representantes do MTST.

Corsini explicou que a Secretaria Municipal de Habitação já mantém um cadastro prioritário para famílias que vivem em áreas de risco e que, no momento, não há terrenos municipais disponíveis para ampliar a demanda habitacional. Ele também detalhou que o projeto habitacional planejado para a Vila Calu, na divisa com São Paulo, aguarda ajustes do Graprohab, órgão estadual responsável pelo licenciamento urbanístico. Tão logo o projeto seja encaminhado para aprovação no município, terá a celeridade necessária para avançar.

O prefeito reforçou ainda que o compromisso da atual gestão é priorizar a população local que vive em condições precárias, mas sempre dentro dos limites legais e em respeito à ordem pública. Ele finalizou dizendo que “Itapecerica da Serra está aberta ao diálogo e ao atendimento das necessidades da população, desde que sejam respeitadas as leis e a organização da cidade”.

Silvio Ferreira das Neves, pai de Ana Luiza, de 17 anos, que morreu após comer um bolo de pote envenenado em Itapecerica da Serra, revelou em entrevista que a adolescente que confessou o crime era amiga da filha e chegou a dormir na casa da família durante o fim de semana em que tudo aconteceu.

No sábado (31/05), Ana Luiza recebeu o bolo de pote de um motoboy, acompanhado de um bilhete misterioso. Ela começou a passar mal no mesmo dia, foi levada ao hospital e retornou para casa. No domingo (1º), a jovem piorou, desmaiou no banheiro e morreu a caminho do hospital.

“Essa menina dormiu aqui em casa, viu tudo o que aconteceu. Viu a Ana Luiza passando mal, me acompanhou ao hospital, e no domingo ainda viu minha filha desmaiando no banheiro, sem demonstrar nenhuma reação”, contou o pai. De acordo com ela, a acusada ainda deu um abraço nele "dizendo que iria ficar tudo bem". "Tenho certeza que ela estava planejando isso faz tempo", lamentou.

Visivelmente emocionado, Silvio desabafou durante o velório da filha, na terça-feira (3/06): “É muito difícil para mim… Perdi o amor da minha vida. Minha filha fez 17 anos na semana passada e não tenho nem palavras para expressar o que estou sentindo. Só Deus para me dar forças, porque minha filha não merecia isso”, lamentou.

A adolescente de 17 anos que confessou o crime foi apreendida pela Polícia Civil de Itapecerica da Serra. Segundo as autoridades, ela teria agido por inveja e ciúmes, e afirmou que a intenção era apenas "dar um susto", não matar. A Justiça concedeu a apreensão da adolescente por 45 dias, até o julgamento. Ela já está presa na Fundação Casa. A acusada responderá por ato infracional de tentativa de homícidio e homicídio consumado.

Ainda de acordo com a investigação, a adolescente já havia envenenado outra jovem em 15 de maio, também por ciúmes. A segunda vítima sobreviveu após ser internada e prestou depoimento confirmando a história.

Matéria atualizada 13h55 do dia 4/6.

Os vereadores Jones Jr e Dr. Vicente Tinho de Itapecerica da Serra proporam moção de apelo ao prefeito Ramon Corsini solicitando que as farmácias dos Prontos-Socorros Municipais funcionem em regime de 24 horas. A moção foi aprovada por unanimidade. A superintendente da Autarquia municipal de Saúde, Simone da Luz, se comprometeu a realizar um estudo de viabilidade para a implantação, avaliando estrutura, estimativa de gastos e orçamento para garantir o fornecimento contínuo de medicamentos essenciais aos pacientes atendidos em situações de urgência e emergência, especialmente durante a noite e aos fins de semana.

Simone da Luz afirmou, na audiência realizada dia 30/5, que a Saúde está comprometida em estudar a proposta de forma técnica e responsável. “Queremos fazer algo que seja eficaz e gere resultados. Porque abrir a farmácia, eu posso abrir agora, mas preciso ter estrutura para mantê-la aberta e atender a população. O munícipe chega lá com a receita e, se eu não tiver o medicamento, isso vai gerar uma ouvidoria e frustração. Precisamos de uma estimativa de gastos e orçamento para essa implantação. Vou fazer essa avaliação junto com minha equipe técnica e de recursos humanos”, destacou.

O que diz a moção

De acordo com o documento aprovado, a solicitação encontra respaldo na Constituição Federal, que estabelece a saúde como um direito de todos e um dever do Estado, determinando a promoção de ações e serviços que assegurem o acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica. A Lei Orgânica da Saúde também prevê que os serviços farmacêuticos devem integrar o atendimento aos pacientes, garantindo o tratamento terapêutico de forma completa.

Na justificativa, os vereadores destacam que a falta de funcionamento das farmácias nos Prontos-Socorros compromete o tratamento imediato de pacientes. “A continuidade no atendimento das farmácias é fundamental para a recuperação dos pacientes e para o pleno funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz o texto da moção.

O pedido ressalta que a medida representa um avanço na qualidade da atenção básica e emergencial no município, assegurando dignidade e cuidado à população, especialmente à parcela mais vulnerável.

A moção foi assinada eletronicamente pelos vereadores do Coletivo Cléo PQ União e Jones, Dr. Vicente (Tinho), e encaminhada ao prefeito Ramon Corsini, solicitando providências administrativas e técnicas para viabilizar o funcionamento das farmácias em regime de 24 horas, todos os dias da semana.

“Saúde não tem hora marcada. Emergências acontecem de madrugada, no final de semana e em feriados. O cidadão precisa ser atendido com dignidade. Essa medida é ainda mais importante para as pessoas mais carentes, que muitas vezes não têm condições de sair do pronto-socorro com dor ou febre e ainda procurar uma farmácia particular para comprar o remédio. Muitos recebem a receita, mas não conseguem iniciar o tratamento e precisam voltar no dia seguinte só para tentar pegar o medicamento”, afirmou o vereador Jones Jr.

Em uma reviravolta no caso do bolo de pote envenenado, a Polícia Civil de Itapecerica da Serra apreendeu, na madrugada desta terça-feira (3/6), a adolescente de 17 anos que confessou ter envenenado o doce consumido por A.L., também de 17 anos. A vítima morreu no domingo (1/6), um dia após ingerir o bolo.

Em depoimento à polícia, a adolescente disse que sentia inveja e ciúme da vítima por ter sido trocada pelo ex-namorado. Segundo o delegado Vítor, a jovem comprou arsênico pela internet por R$ 80 e misturou a substância a um brigadeiro branco, que foi colocado no bolo de pote comprado em uma loja. Ela ainda redigiu um bilhete e contratou um motoboy para realizar a entrega.

“Ela alegou que não queria matar a colega, mas apenas ‘dar um susto’”, relatou o delegado Vítor Santos de Jesus. A vítima e a acusada moravam próximas, no bairro Parque Paraíso.

A polícia chegou à autora após localizar o motoboy responsável pela entrega. Com o depoimento dele, foi possível identificar e apreender a adolescente em casa. Ela responderá por ato infracional equivalente a homicídio qualificado consumado e tentativa de homicídio, permanecendo detida até o julgamento.

Ainda de acordo com a investigação, a adolescente já havia envenenado outra jovem em 15 de maio, também por ciúmes. A segunda vítima sobreviveu após ser internada e prestou depoimento confirmando a história.

A Prefeitura de Itapecerica da Serra anunciou a recuperação de mais um veículo para a frota municipal. Desta vez, uma caminhonete da Defesa Civil, que havia sido doada pela Prefeitura de São Paulo, passou por reforma completa, readequação estrutural e equipagem técnica. O automóvel foi totalmente preparado para atuar em serviços públicos e reforçar a capacidade de resposta da Defesa Civil.

“Com essa ação, vamos economizar cerca de cinco mil reais por mês, já que não será necessário alugar um veículo para essa finalidade”, destacou o prefeito Dr. Ramon Corsini. Ele também elogiou o trabalho da secretária Agnes Saback, de sua equipe técnica e dos servidores da pasta: “Essa entrega vai além de um simples veículo; significa mais estrutura e segurança para a população.”

A Defesa Civil tem papel fundamental em Itapecerica da Serra, atuando em ações de prevenção, preparação, mitigação, resposta e recuperação em casos de alagamentos, deslizamentos, incêndios e outros desastres.

“Este era um equipamento público que estava abandonado e hoje está totalmente revitalizado para atender a população”, acrescentou o vice-prefeito Allan Dias, ao ressaltar a importância do trabalho desenvolvido pela Defesa Civil na cidade.

Uma adolescente de 17 anos, moradora do bairro Parque Paraíso, morreu em menos de 24 horas após consumir um bolo de pote entregue em sua residência, no último sábado (31/5), em Itapecerica da Serra. O caso foi registrado como morte suspeita e é investigado pela Polícia Civil.

A. L. de O. N, estudante de uma escola estadual no centro da cidade, recebeu o bolo de pote de um motoboy no sábado (31), por volta das 17h. Segundo relatos, a embalagem do produto continha o nome de uma marca, um telefone para contato e um bilhete conforme consta na foto: "Um mimo pra  garota mais linda que eu já vi". A jovem consumiu o doce por volta das 18h e começou a sentir-se mal cerca de 30 minutos depois.

Mesmo com a ajuda do pai, que a levou a um hospital particular, onde passou por atendimento e, logo depois recebeu alta, A.L voltou a ter sintomas graves no domingo (1º). Ela chegou à unidade de saúde já sem sinais vitais. Consta no relatório médico que a jovem foi levada ao PS após vinte minutos  de parada cardiorrespiratória. Apesar dos esforços da equipe médica para reanimá-la, ela não resistiu. 

A reportagem do Click Regional teve acesso exclusivo ao boletim de ocorrência, no qual consta que o laudo preliminar apontou intoxicação alimentar como causa da morte.

A Polícia Civil de Itapecerica da Serra trabalha para elucidar as motivações do envio dos bolos. A investigação prossegue para esclarecer as circunstâncias da morte e apurar responsabilidades.

Exames complementares estão sendo realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) para confirmar a causa da morte de A.L.

Possíveis outros casos

A reportagem teve informações ainda não confirmadas, que antes do incidente, um homem teria comprado alguns bolos de pote e que outras jovens também teriam recebido e consumido os produtos. Uma dessas jovens chegou a ficar internada e já foi ouvida pela Polícia.

Texto atualizado 0h20 de terça, 3/6.