Uma árvore de grande porte caiu sobre a rede elétrica próximo à Delegacia Central de Itapecerica da Serra, na rodovia Armando Sales, no início da tarde desta quinta-feira (11). O incidente provocou a interdição total da via nos dois sentidos, causando congestionamento e obrigando motoristas a utilizarem rotas alternativas.
De acordo com informações apuradas no local, equipes da Prefeitura e da Enel foram acionadas para realizar a remoção da árvore e o reparo da fiação. Ainda não há previsão para liberação da pista.
Com a interdição, o tráfego para quem precisa acessar o Centro está sendo desviado pela rua Maria Ward, uma travessa da estrada Ary Domingues Mandu, que permanece bloqueada desde a forte ventania de quarta-feira (10), quando outra árvore de grande porte caiu e interrompeu o fluxo de veículos.
Já para os motoristas que seguem sentido bairro, a alternativa indicada é a avenida Dona Anila, via da Delegacia.
A queda da árvore reforça a sequência de transtornos enfrentados pela população devido aos estragos provocados pelos ventos acima de 120 km/h que atingiram toda a região nesta semana, resultando em falta de energia, interrupção no abastecimento de água e vias completamente comprometidas.
A orientação das autoridades é que os motoristas evitem transitar pela rodovia Armando Sales até a conclusão dos trabalhos de limpeza e reparo, a fim de garantir a segurança de todos.
A Prefeitura de Itapecerica da Serra ingressou com uma ação judicial contra a Enel após dias consecutivos de falta de energia que têm prejudicado milhares de moradores desde a ventania extrema que atingiu a região. O anúncio foi feito pelo prefeito Ramon Corsini e pelo vice-prefeito Allan Dias, que classificaram a situação como insustentável e denunciaram “descaso inaceitável” por parte da concessionária.
De acordo com a administração municipal, mais de 10 equipes foram mobilizadas e espalhadas por diversos bairros para atender ocorrências emergenciais, remover árvores, liberar vias interditadas e oferecer suporte direto à população. As equipes já somam mais de 100 atendimentos desde o início da crise.
Mesmo com o esforço operacional da Prefeitura, Corsini e Allan afirmam que a Enel não apresentou a resposta necessária para restabelecer o fornecimento de energia. A ausência de suporte adequado motivou a abertura do processo judicial.
“A empresa deveria estar atuando ao nosso lado para não deixar a população no escuro”, declarou o prefeito. O vice Allan Dias reforçou que o município está sendo obrigado a assumir tarefas que deveriam ser de responsabilidade da concessionária.
A dupla enfatizou que está cobrando da Enel responsabilidade, compromisso e respeito com os moradores de Itapecerica da Serra. “Não vamos aceitar que a cidade fique desassistida”, disse Corsini, destacando que continuará adotando todas as medidas necessárias para garantir dignidade e segurança à população.
A situação permanece crítica desde quarta-feira, quando rajadas de vento superiores a 120 km/h derrubaram árvores, romperam redes elétricas e afetaram inclusive o sistema de abastecimento de água da Sabesp. Moradores seguem enfrentando perda de alimentos e medicamentos, falta de água e energia e dificuldades na rotina diária, especialmente idosos, crianças e pessoas com necessidades especiais.
A reportagem acompanha o andamento da ação judicial e aguarda manifestação da Enel.
A Justiça do Estado de São Paulo concedeu, na noite desta quinta-feira (11), uma decisão liminar determinando que a Enel Distribuição São Paulo restabeleça o fornecimento de energia elétrica em Itapecerica da Serra no prazo máximo de 24 horas. A medida atende a ação movida pela Prefeitura diante do apagão que já ultrapassa dois dias em diversos bairros do município.
A decisão foi proferida pela juíza Karine Pizzani Miranda, da 3ª Vara Cível da Comarca de Itapecerica da Serra, que reconheceu a urgência e a gravidade da situação enfrentada pela população após a ventania extrema — com rajadas acima de 120 km/h — que atingiu a região no dia 10 de dezembro.
Interrupção prolongada e serviço essencial violado
No despacho, a magistrada destaca que a interrupção generalizada e prolongada do abastecimento configura falha grave na prestação de um serviço essencial, colocando em risco a saúde pública, a integridade de moradores e o mínimo existencial garantido pela Constituição.
“A paralisação generalizada do abastecimento, causada por falhas operacionais e a ineficiência da requerida em solucionar o problema com a urgência requerida, configura evidente interrupção do serviço essencial”, afirma a juíza.
A magistrada também reforça que o quadro afeta toda a população, com impacto ainda maior sobre idosos, crianças, pessoas com deficiência e moradores que dependem de aparelhos elétricos ou medicamentos refrigerados. Hospitais, creches, escolas e equipamentos públicos tiveram funcionamento comprometido, agravando o cenário emergencial reconhecido pela Prefeitura no Decreto nº 3.971/2025.
Determinações impostas à Enel
A liminar obriga a Enel a cumprir um conjunto de medidas emergenciais imediatas:
1. Plano de contingência detalhado (em até 24 horas)
A empresa deve apresentar ao Município: plano emergencial completo de atuação; cronograma técnico com previsão real de restabelecimento total e seguro da energia.
2. Ampliação do efetivo operacional
A Enel deve disponibilizar quantas equipes forem necessárias para: reparo da rede; substituição de cabos e equipamentos danificados; poda emergencial e remoção de galhos e árvores que representem risco; manobras técnicas para retomada do fornecimento.
3. Garantia de fornecimento contínuo e proporcional
A distribuidora deve priorizar bairros com maior concentração de moradores vulneráveis, além de: hospitais; creches; escolas;asilos.
4. Informações diárias à Prefeitura
A empresa deverá comunicar diariamente o andamento dos reparos e do restabelecimento da energia até a completa normalização.
Município autorizado a contratar equipamentos emergenciais
Diante da omissão e morosidade no atendimento, a Justiça autorizou a Prefeitura de Itapecerica da Serra a contratar serviços e equipamentos emergenciais, sem necessidade de licitação, sempre que necessário para: garantir o mínimo funcionamento de serviços essenciais; assegurar saúde, ordem pública e segurança da população.
A Enel poderá ser obrigada a ressarcir integralmente todos os custos decorrentes dessas contratações emergenciais. Multa diária de R$ 200 mil
A decisão fixa multa diária de R$ 200 mil em caso de descumprimento por parte da Enel, valor que poderá ser ajustado conforme a quantidade de pessoas ainda afetadas pela falta de energia.
A juíza determinou ainda que a própria decisão sirva como ofício imediato à empresa, acelerando seu conhecimento e cumprimento.
Dever constitucional de proteger a população
A juíza reconheceu que o Município atua em defesa do interesse público ao mover a ação: “O Município, ao propor a ação, atua no cumprimento de seu dever constitucional de zelar pelo interesse local e pela saúde pública.”
A decisão reforça que a prestação do serviço público deve ser contínua, adequada e eficiente, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor e a Constituição Federal.
Situação segue crítica
Mesmo com a liminar, milhares de moradores permanecem sem energia e, em alguns bairros, sem água — já que o bombeamento depende de energia elétrica. Casos de perda de alimentos, medicamentos e impossibilidade de manter cuidados básicos continuam sendo relatados.
A Prefeitura informou que seguirá acompanhando o cumprimento da decisão e continuará cobrando providências da concessionária.
A Justiça de São Paulo decidiu dobrar a multa diária aplicada à Enel Distribuição São Paulo, elevando o valor de R$ 200 mil para R$ 400 mil por dia, pelo descumprimento de determinações judiciais que exigem o restabelecimento imediato do fornecimento de energia elétrica em Itapecerica da Serra. A decisão foi proferida no domingo, 14 de dezembro de 2025, durante o plantão judiciário da comarca.
A medida atende a pedido do Município de Itapecerica da Serra e foi assinada pela juíza de Direito Ana Sylvia Lorenzi Pereira, no âmbito de ação de procedimento comum cível movida contra a concessionária. O processo tramita em regime de prioridade, diante do impacto direto à população e aos serviços essenciais.
Prefeito defende multa por hora e anuncia recurso
Apesar da majoração da penalidade, o prefeito Dr. Ramon Corsini afirmou que o Município defende a aplicação de multa por hora rigorosa contra a Enel enquanto persistirem falhas no fornecimento de energia e que a Prefeitura irá recorrer da decisão, buscando medidas ainda mais severas para garantir o cumprimento integral das ordens judiciais.
Segundo o prefeito, a posição do Executivo é de tolerância zero com a concessionária, diante dos prejuízos acumulados pela população, incluindo perdas de alimentos e medicamentos, interrupções em unidades de saúde, além do impacto direto na segurança e na rotina das famílias.
Protestos expõem crise no fornecimento
A decisão judicial ocorre em meio a uma sequência de protestos realizados nos últimos dias por moradores de diversos bairros, que enfrentam longos períodos sem energia elétrica. As manifestações têm sido frequentes e, em algumas ocasiões, resultaram em interdições parciais de vias, com necessidade de desvio de ônibus.
Os atos contaram com acompanhamento da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal e, apesar da tensão, ocorreram de forma pacífica. Manifestantes chegaram a queimar móveis, pneus e galhos de árvores, como forma de protesto contra o apagão prolongado.
Obrigações reforçadas pela Justiça
Além da multa diária de R$ 400 mil, a Justiça determinou que a Enel:
apresente, em até 24 horas, um plano emergencial de contingência e um cronograma técnico detalhado para o restabelecimento total da energia;
amplie imediatamente o efetivo operacional, com equipes suficientes para reparos na rede e remoção de árvores e galhos que ofereçam risco;
garanta fornecimento contínuo e proporcional em todos os bairros, com prioridade para áreas vulneráveis, como hospitais, escolas, creches e asilos;
preste informações diárias ao Município sobre o andamento dos trabalhos até a completa normalização do serviço.
Risco à saúde e descaso com decisão judicial
Na decisão, a magistrada ressaltou que a situação é de conhecimento público e notório, com risco concreto à saúde da população, especialmente pelo comprometimento da conservação de medicamentos e do funcionamento de equipamentos hospitalares.
A juíza também destacou que a continuidade do serviço de energia elétrica é princípio fundamental do regime de concessões, e que o descumprimento reiterado das ordens judiciais demonstra descaso com o Poder Judiciário e com a população.
Com o anúncio de recurso por parte da Prefeitura, o embate jurídico entre o Município e a concessionária deve se intensificar nos próximos dias, enquanto moradores seguem aguardando a normalização completa do fornecimento de energia em Itapecerica da Serra.