A Polícia Civil de São Paulo descartou, por ora, a participação de facções criminosas, como o PCC, nos ataques a ônibus registrados desde junho em diversas cidades do estado. Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), os atos de vandalismo seguem sem um padrão definido ou reivindicações, o que afasta a possibilidade de ação coordenada por organizações criminosas.

Durante coletiva realizada nesta quinta-feira (3), o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic, explicou que “as facções costumam agir com propósitos específicos e deixar recados claros, o que não ocorreu nesses casos”.

Diante disso, duas novas linhas de investigação estão sendo priorizadas: a atuação de jovens e adolescentes motivados por desafios em redes sociais e a possibilidade de envolvimento de empresas de transporte coletivo.

A equipe de inteligência cibernética do Deic está monitorando redes sociais em busca de postagens e indícios que possam identificar os autores. “É uma investigação complexa. Os ataques aconteceram em diferentes pontos, com veículos de empresas distintas, o que dificulta a identificação de um padrão", afirmou Sayeg.

Segundo o delegado Fernando Santiago, os números da Polícia Civil divergem dos da SPTrans porque nem todas as empresas registraram boletim de ocorrência. Ainda assim, os números impressionam. Desde junho, foram registrados:

  • 📍 São Paulo (capital): 235 ônibus vandalizados
  • 📍 Taboão da Serra: 6 ônibus vandalizados

A capital concentra cerca de 60% das ocorrências, especialmente na Zona Sul, com destaque para avenidas como Cupecê, Washington Luís e Vereador João de Luca.

Em um dos episódios mais graves, uma passageira foi atingida no rosto durante o ataque e sofreu fratura no nariz. Até o momento, nenhum autor foi identificado.

As investigações continuam em andamento para esclarecer as motivações e os responsáveis por esses atos de violência.

Com informações e foto G1